A polêmica dos alimentos que “dão” câncer
Boa Vida

A polêmica dos alimentos que “dão” câncer


"Os médicos estão dizendo que cada pedaço de bacon que você come tira 9 minutos de vida. Baseado nessa matemática, eu já deveria ter morrido em 1732."
 
Há alguns dias têm se falado sobre um relatório da Organização Mundial de Saúde que inseriu as carnes embutidas e processadas – salame, salsicha, linguiça, bacon, mortadela, presunto e, quem diria, o queridinho das dietas, o peito de peru! – na lista do grupo 1 de carcinogênicos, que é o mesmo grupo do cigarro. Na verdade, pouco se falou sobre o relatório em si e o que de fato ele significa, mas muito se fez terrorismo nutricional com essa informação. Já tem gente chorando, achando que nunca mais poderá comer nada disso; já tem gente dizendo que comer esses alimentos faz tão mal quanto o cigarro; e você corre o risco, num almoço entre amigos, de alguém olhar para o seu prato e julgar as duas rodelas de paio que vieram junto com o feijão.
Estar nessa lista do grupo 1 de carcinogênicos significa que existe uma relação causal entre a substância/alimento que ali está e o surgimento de determinados tipo de câncer. Ou seja: comer embutidos (ou fumar) aumenta o risco de você desenvolver a doença. Mas atenção:
O aumento do risco não é igual para o cigarro e os embutidos. O cigarro aumenta em bem mais vezes o risco (veja mais aqui).
Isso não significa que os embutidos causam câncer, e sim que eles aumentam o risco.
Ainda assim, isso não significa que você necessariamente terá câncer se comer embutidos.
O surgimento de um câncer é multifatorial, ou seja, depende de uma série de fatores de risco – como estresse, inatividade física, exposição a agrotóxicos e poluição –  e também do indivíduo ter predisposição genética para desenvolver a doença!
Não estou advogando aqui que as pessoas então devam comer todo dias esses alimentos e em grandes quantidades. Voltamos então para a “regra” do equilíbrio! Tudo pode, tudo é saudável, contanto que haja equilíbrio!
Em resumo: não há nada de errado em querer diminuir a presença dos embutidos na sua rotina alimentar. Mas, por favor, não contribua com o aumento do pânico generalizado com a comida!
Boa semana a todos!



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